quinta-feira, 25 de setembro de 2014

Corinne Bailey Rae, o soul, o jazz e a calma

Em 2006, o que eu posso chamar dessa mistura de pop jazz e soul (imagina uma mulher no palco cantando graciosamente, um pianista, um contrabaixista, um baterista e uma sessão de metal, todos de roupa formal de banda de jazz, então..) tava sendo dominado pelo lançamento de Back to Black da Amy Winehouse ( que é um puta álbum por sinal) mas outro álbum chamava atenção impulsionado por singles como Like A Star e Put Your Records On: Corinne Bailey Rae.

Esse álbum de estréia conquistou vários prêmios e teve uma vendagem muito boa. Vou adiantando que o som que ela faz é mó vibe (rsrs), soa calmo, leve e conquistador, sugiro ouvir pra relaxar.

A estréia abre com "Like A Star"(Um legado tipico de cantoras de R&B cantar sobre decepções amorosas que vem desde "I Never Loved a Man the Way I Love You" da Aretha Franklin). O arranjo inicial começa simples e conquistador e depois vai crescendo, a produção dessa é notável e reflete a do resto do álbum.

Depois vem "Enchantment" que mantem o clima inicial com um vocal que por algum motivo me lembra o jeito francês de cantar, como o dos caras do Harmonium ou Pink Martini.

"Put Your Records On", a mais famosa da cantora foi feita para ser um single, é mais alegrinha e possui um refrão grudento que explica o sucesso da canção combinada com toda a produção em cima dela.

O álbum segue com canções um pouquinho mais animadas como "Trouble Sleeping", "Call Me When You Get This" e outras mais calmas em que lindas harmonias de violão e/ou piano só embelezam ainda mais a voz de quem as domina: "Till It Happens to You" "No Love Child" "Another Rainy Day". Tem aquelas também com batidas mais modernas de Soul como "Emeraldine" e "Trouble Sleeping".

Destaco ainda a primorosa versão de "Since I've Been Loving You" (Led Zeppelin) que é de matar, e me faz até perceber que sinto falta dela cantando outras canções mais voltadas pro Blues, porque acho que teria tudo a ver com a voz da moça. E também a exuberante "Choux Pastry Heart", minha favorita dela, que é puro sentimento.

Ela lançou um outro álbum em 2010, que só conferi por alto ainda (mal ae rs) e tem um ao vivo em Nova York, um pouco mais animado que o álbum de estúdio, que vale a pena. Destaco a grande produção de todos esses, não é só ela ser uma baita de uma cantora e ter uma excelente banda: os arranjos, os timbres, é tudo feito de maneira profissional MESMO, dando sutileza a cada detalhe.

A Corinne é uma daquelas cantoras que te conquistam pelo preciosismo de seu timbre notavelmente atrativo e diferente do padrão, ao mesmo tempo possui um feeling especial que acalma na alma. Combinado a isso tem a postura dela que, me perdoem os mais sérios, soa completamente sensual. Ela domina o palco com essa combinação de fatores, esbanjando sentimentalismo na medida certa a cada estrofe e junto a uma banda excelente faz um show intimista, leve, profundo e sincero.

Abs
Jão

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